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Matrix de Portfolio

Actualizado: 23 dic 2022

Uma das coisas mais importantes num gabinete de projectos Ć© a anĆ”lise de mĆŗltiplos projectos, compreendendo qual deles devemos escolher no meio do cenĆ”rio que se desdobra dia apĆ³s dia. Mas a escolha Ć© quase sempre subjectiva e a anĆ”lise pode por vezes ser deixada ao gestor, que sem as ferramentas certas pode ser forƧado a tomar decisƵes que nem sempre coincidem com o melhor resultado esperado. Uma das formas que gosto de realizar esta anĆ”lise Ć© atravĆ©s da utilizaĆ§Ć£o de uma versĆ£o adaptada da matriz GUT.

Explico: existem mĆ©todos que apelam Ć  subjectividade presente no nosso subconsciente, e criam mĆ©tricas em cima dela. Um exemplo bem conhecido na gestĆ£o Ć”gil Ć© o Planeamento de Poker, que utiliza a sequĆŖncia Fibonacci e a tĆ©cnica Delphi para construir horĆ”rios mais aderentes Ć  realidade, e podemos utilizar a mesma noĆ§Ć£o na matriz GUT.


A matriz GUT significa simplesmente uma matriz de Severidade vs UrgĆŖncia vs TendĆŖncia, a ideia Ć© dar uma pontuaĆ§Ć£o para cada ponto de gravidade, urgĆŖncia, tendĆŖncia, o resultado desta multiplicaĆ§Ć£o dĆ”-lhe uma noĆ§Ć£o de impacto. Mas os nĆŗmeros nem sempre falam por si, e os nĆŗmeros em si podem entrar no limbo se a escala utilizada nĆ£o for clara, entĆ£o como se adaptar? O exemplo que mostro abaixo foi uma adaptaĆ§Ć£o minha, a que chamo a Matriz de PortfĆ³lio.


Primeiro: gravidade, urgĆŖncia e tendĆŖncia podem nĆ£o ser parĆ¢metros interessantes para o projecto, mas a Globalidade (ou glebe), Utilidade e Tangibilidade podem ser parĆ¢metros mais interessantes para um gestor, e o resultado esperado pode ser analisado num parĆ¢metro de valor. A matriz abaixo Ć© um exemplo desta explicaĆ§Ć£o:



Ɖ fĆ”cil classificar o projecto quando todos os dados estĆ£o na mesma linha, mas e quando temos vĆ”rias linhas? Qual Ć© o impacto de um projecto processual (como a qualidade total) aplicado a nĆ­vel nacional na empresa, e que jĆ” estĆ” implementado? Ɖ aĆ­ que a matemĆ”tica entra em jogo.


Podemos utilizar a sequĆŖncia de Fibonacci: 1,2,3,5,8 para realizar os pesos de cada nĆ­vel. PorquĆŖ esta sequĆŖncia? Simplesmente porque a nossa mente, subjectivamente, estĆ” mais habituada a esta sequĆŖncia, uma vez que a sua proporĆ§Ć£o Ć© natural para a biologia, por isso o fizemos:


Desta forma, Ć© mais fĆ”cil identificar onde se encontra o projecto, a partir do exemplo dado utilizando a tabela, temos: um projecto de processo (tangibilidade = 2) aplicado a nĆ­vel nacional na empresa (globalidade = 3), e que jĆ” estĆ” implementado (utilidade = 5), temos entĆ£o 2x3x5 = 30. Agora cabe ao gestor da carteira o rigor da anĆ”lise de impacto. Se dizemos que projectos entre 1 e 8 sĆ£o projectos ainda inacessĆ­veis, em vez de projectos que jĆ” sĆ£o Ćŗteis, entĆ£o estamos a dizer que a carteira nĆ£o deve aceitar qualquer projecto de nĆ­vel pessoal cuja tangibilidade seja comportamental.


O que faria mesmo sentido, ou seja, um projecto cujo impacto seja apenas sobre um grupo de pessoas e que envolva o seu comportamento pode nĆ£o ser interessante de ter na gestĆ£o da carteira. Por exemplo, projectos de criaĆ§Ć£o de uma escola de bordo para novos funcionĆ”rios.


O interessante desta anĆ”lise Ć© o leque de possibilidades que oferece, no exemplo dado os impactos podem ter cerca de 64 resultados diferentes dentro da matriz. Os projectos podem ser agrupados seguindo uma ordem do maior impacto ao menor, e o gestor pode utilizar o custo de cada projecto como um desempate para o caso daqueles com a mesma pontuaĆ§Ć£o.


Desta forma, a direcĆ§Ć£o pode ter uma melhor noĆ§Ć£o de como escolher os projectos, tendo uma visĆ£o mais analĆ­tica e tambĆ©m mais centrada no valor do projecto para o cliente.

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